Apelo aos jovens administradores*

Eu não quero depositar sobre vocês um peso maior do que aquele que já suportam. Mas precisamos encarar a verdade de que a responsabilidade pela mudança deverá ser assumida por alguém, pois a maioria está cruzando seus braços ou se concentrando em si mesmos. Faço votos para que este alguém seja o grupo de profissionais que a sociedade escolheu para função de exatamente a levar em direção a seus objetivos maiores. Ou seja, que nós administradores possamos ser algo mais que meros capatazes para controle do trabalho e decidamos começar as transformações reais de que nosso mundo precisa.

O falso valor da administração acrítica* 

A ciência concorre para separar o que é a opinião, a doxa, o interesse que deseja apenas atingir seus objetivos particulares, do conhecimento propriamente dito. O papel da ciência é tentar desfazer as brumas do entendimento, mesmo que espessas, mesmo que seculares, mesmo que se apresentem intransponíveis. Mesmo que sejam de fato impenetráveis...

A crise da administração*

O modelo dominante da ciência da gestão parece, portanto, asfixiado pelo imperativo da empresa e pelo lucro, usando como desculpa a noção do bem-estar consumista e se fechando numa visão míope do mundo. No entanto, endossado por uma estrutura que contabiliza a qualidade da ciência através de indicadores numéricos de produção, entende-se como pujante e crescente. Esta contradição sem alarde encontra ouvidos surdos e se alastra maliciosamente como um câncer, podendo tornar tanto a prática quando a ciência algo que serve apenas a interesses transitórios, que não se aprofunda em nada, e que perde enfim a razão de existir.

O que é “administração política”?

A administração política é o conjunto de princípios, fundamentos e valores de gestão básicos, subjacentes ao agir social. Tais princípios se entranham na coletividade, se confundindo com a razão e auxiliando a moldar o mundo segundo uma lógica e éticas aceitas por (ou impostas a) todos. A administração política capitalista corresponde, portanto, aos princípios de comportamento que dão suporte para a acumulação privada de riqueza.

Chamada de Trabalhos

O objetivo da presente chamada é promover e divulgar análises fundamentadas em base econômica e macrogerencial, estabelecendo parâmetros reflexivo-críticos acerca das organizações e teorias mais visitadas no campo, a partir de estudos econômicos das organizações.

A Empresa como Forma de Opressão

É longa a lista de provações que as organizações empresariais impõem sobre as sociedades. O consumismo, a manipulação publicitária, a obsolescência programada, a exaustão do meio-ambiente natural, a captura do aparelho de Estado e a corrupção, todas essas são violências coletivas que reforçam a percepção de que a empresa é uma forma de opressão. Tomar consciência desses processos, entender suas causas e consequências, é essencial para que a atividade empresarial possa ser controlada e disciplinada segundo os interesses da sociedade, não ao contrário. Por isso, o pensamento e a práxis crítica são tão necessários.

A Opressão no Ambiente Empresarial

A assim chamada cultura corporativa se eleva sobre práticas de controle, submissão e jugo, que não apenas são extensão dos costumes sociais de opressão, como também compreendem dinâmicas opressivas próprias. O ambiente empresarial é um espaço de violência que atinge praticamente a todos, mas notadamente, vitima com maior intensidade aqueles que socialmente já se encontram em situação de vulnerabilidade. Nas costas daqueles menos favorecidos, mais socialmente marginalizados, as empresas se erguem para acumular bilhões.

O Que é Pensamento Crítico?

Esse é o chamado deste texto. Que se produza conhecimento não como mera ocupação mecânica de especialistas. Que se faça ciência não com o objetivo de reforçar e reproduzir as instituições opressoras. Que se procure a crítica capaz de demolir estruturas ancestrais de opressão para construir o novo. Não uma crítica destrutiva, mas aquela que não se cala diante da mais naturalizada forma de domínio, exploração ou discriminação, ao mesmo tempo em que aponte caminhos e alternativas.

A ilusão da ordem e a barbárie dos nossos tempos

Anos atrás, em 2014, a jornalista Rachel Sheherazade publicou defesa de opinião argumentando que a situação de segurança no Brasil é ruim, o governo é inócuo e as instituições de direitos humanos são usadas para proteger os bandidos, enquanto os “cidadãos” seriam deixados de lado. Sua opinião na época, embora generalizadamente disseminada, está envolva em muitos véus de obscura ignorância que precisam ser retirados para que seja possível realizar um debate verdadeiramente eficaz sobre as questões de segurança que acometem a nação. Sobretudo porque se tratam de argumentos que circulam mais ou menos da mesma forma até hoje.

Organizações, Economia Política e Governança Global

CHAMADA DE TRABALHOS / CALL FOR PAPERS. O objetivo do Tema 7 da divisão de EOR da Anpad é oferecer um espaço de diálogo para pesquisadores com trabalhos no campo dos estudos organizacionais que se fundamentem em base econômica e/ou macrogerencial, a partir de perspectivas crítico-reflexivas, levando em conta as interfaces de integração entre organizações, economia e sociedade. Submissões até 7/3.

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