Nesse post, o capítulo quinto do livro "Imagens da Organização" de Gareth Morgan é analisado. No capítulo em questão, Morgan apresenta uma metáfora da organização como processo cultural. Essa é uma compreensão fundamental dos processos organizacionais.
As Mãos Negras e as Armas do Racismo
O tosco caso do uso da foto de uma mão negra segurando uma arma para ilustrar a notícia de uma chacina nazifascista pelo Estadão gerou repulsa, indignação, cancelamento, entre outras reações diante do suposto erro. Na minha opinião, não se trata de uma mera escolha infeliz. São muitas camadas de controle de uma reportagem antes de ser veiculada, desde o furo, passando pela checagem, até a montagem e prova do material. Não me parece que uma estrutura assim incorreria num erro tão primário. Penso que se trata de uma sinalização, uma estratégia de posicionamento político à direita, que expõe o racismo institucional brasileiro.
O falso valor da administração acrítica*
A ciência concorre para separar o que é a opinião, a doxa, o interesse que deseja apenas atingir seus objetivos particulares, do conhecimento propriamente dito. O papel da ciência é tentar desfazer as brumas do entendimento, mesmo que espessas, mesmo que seculares, mesmo que se apresentem intransponíveis. Mesmo que sejam de fato impenetráveis...
Resenha: “Interesses, Conflito e Poder”
Essa resenha focaliza o sexto capítulo do livro clássico de Gareth Morgan, "Imagens da Organização". No capítulo em questão, o autor argumenta que organizações podem ser compreendidas como sistema políticos, em suas contradições, fricções e dinâmicas. Trata-se de um texto básico dos estudos organizacionais, que todo estudante de graduaçao deveria se familiarizar.
A crise da administração*
O modelo dominante da ciência da gestão parece, portanto, asfixiado pelo imperativo da empresa e pelo lucro, usando como desculpa a noção do bem-estar consumista e se fechando numa visão míope do mundo. No entanto, endossado por uma estrutura que contabiliza a qualidade da ciência através de indicadores numéricos de produção, entende-se como pujante e crescente. Esta contradição sem alarde encontra ouvidos surdos e se alastra maliciosamente como um câncer, podendo tornar tanto a prática quando a ciência algo que serve apenas a interesses transitórios, que não se aprofunda em nada, e que perde enfim a razão de existir.
O que é “administração política”?
A administração política é o conjunto de princípios, fundamentos e valores de gestão básicos, subjacentes ao agir social. Tais princípios se entranham na coletividade, se confundindo com a razão e auxiliando a moldar o mundo segundo uma lógica e éticas aceitas por (ou impostas a) todos. A administração política capitalista corresponde, portanto, aos princípios de comportamento que dão suporte para a acumulação privada de riqueza.
Chamada de Trabalhos
O objetivo da presente chamada é promover e divulgar análises fundamentadas em base econômica e macrogerencial, estabelecendo parâmetros reflexivo-críticos acerca das organizações e teorias mais visitadas no campo, a partir de estudos econômicos das organizações.
A heutagogia e o fim da educação
A "heutagogia" é a forma individualizada de um ensino orientado pelo consumo, ditado nas salas dos produtores de conteúdo, que oferecem uma pauta de opções para "escolha livre", mas tiram da prateleira a crítica, a contestação e o contraditório. É possível se "educar" apenas reforçando e alimentando dogmas e opiniões sem embasamento, porque o cardápio da extrema liberdade sem contato humano já é, em última instância, também a ausência da alteridade e da necessidade de olhar para si mesmo.
Fenômeno, Essência & Totalidade
Uma característica fundamental da perspectiva marxista em administração diz respeito à natureza dos processos organizacionais. A compreensão da relação entre aparência (fenômeno) e essência (nuômeno) das coisas do mundo, sobretudo daquelas da seara das relações entre as pessoas, é fulcral para evitar uma interpretação dogmática da obra marxiana. Nesse breve ensaio, ofereço uma alternativa de solução para a questão.
A Empresa como Forma de Opressão
É longa a lista de provações que as organizações empresariais impõem sobre as sociedades. O consumismo, a manipulação publicitária, a obsolescência programada, a exaustão do meio-ambiente natural, a captura do aparelho de Estado e a corrupção, todas essas são violências coletivas que reforçam a percepção de que a empresa é uma forma de opressão. Tomar consciência desses processos, entender suas causas e consequências, é essencial para que a atividade empresarial possa ser controlada e disciplinada segundo os interesses da sociedade, não ao contrário. Por isso, o pensamento e a práxis crítica são tão necessários.