Trump fez um autorretrato delirante, como se fosse um líder global capaz de finalizar guerras, combater corrupção, terrorismo e alcançar a paz. Nenhuma informação transmitida ali era verdadeira, nada fazia o menor sentido. O tal quadro não passou, ao final, de uma sobreposição de garatujas em um estágio muito primário de desenvolvimento.
Paradigmas Sociológicos da Análise Organizacional
Os estudos organizacionais são um campo vasto e contraditório, marcado por disputas políticas, que reúne diferentes perspectivas de interpretação e análise da realidade, seus objetos (as organizações) e do próprio campo em si. Compreender sua extensão e premissas é um grande desafio. O objetivo desse texto é relatar uma das alternativas para tanto, na análise do clássico modelo de sistematização dos estudos organizacionais elaborado por Gibson Burrell e Gareth Morgan.
Necropolítica, Superexploração e Neomalthusianismo
A lógica por trás das reformas neoliberais é a redução populacional por recurso indireto e covarde que, além de tudo, tenta transferir responsabilidade para a própria classe trabalhadora. A única escolha possível do trabalhador "livre" é se deixar explorar ao extremo, no limite de suas forças, por uma remuneração menor do que o suficiente. Assim, o Capital gerencia o genocídio silencioso do abandono, não numa câmara de gás, mas numa estufa de rancor e ódio. Em outras palavras, superexploração, neomalthusianismo e necropolítica.
Crítica da Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), promulgada com o objetivo de estabelecer limites para os dispêndios realizados pelo Estado parte da premissa de que as limitações de despesa de pessoal que institui (cf. Art. 19) são capazes de proporcionar eficiência de gestão. Nesse escrito, se estabelece um argumento contrário a esse entendimento. O que se apresenta após uma análise, é que a LRF tem um potencial de, pelo contrário, deprimir eficácia e desarticular a gestão do Estado.
Resenha: “Rediscovering Robert Cox”
A corrente de pensamento neogramsciana nas Relações Internacionais se apresenta como uma tradição alternativa, de cunho crítico e pretensas vinculações realistas. Nessa resenha, faço considerações sobre a tentativa de Craig Berry de trazer a tona discussões levantadas pelo clássico autor Robert Cox (1926-2018). Na minha visão, serve como uma introdução ao debate, bem como uma eulogia a um "distinguished scholar".
As Forças Armadas e o Golpismo no Brasil
Advogo firmemente que as forças armadas brasileiras têm que deixar de existir. Não simplesmente mudar, trocar nomes, ou pessoas. Não se trata apenas de ser necessário uma reforma, por abrangente que se imagine. Toda a institucionalidade corrupta, hierarquia, normas, procedimentos, pretenso aparato de “justiça militar”, precisa ser simplesmente desmontada, reduzida ao zero. Não há ali o que aproveitar. Dos restos, pode até ser criado um museu, um centro permanente de estudos e pesquisas, para nos lembrar de até onde a idiotice humana pode chegar. Mas, apenas isso e nada mais.
A “Ciência” Econômica que Estressa o Mundo
Esse post foi elaborado como contraponto ao artigo de opinião publicado pelo pesquisador da FGV, Samuel Pessôa, na Folha de São Paulo desse domingo (28/9/2024): "Lula Estressa a Economia". Ali, defende-se, entre outras posições questionáveis, que a valorização do salário mínimo estressaria a economia por ser uma medida inflacionária.
Administração Política e Gestão do Modo de Produção
Nesse post pretendo fazer um convite. Em 2008 publiquei, junto com a então pesquisadora do grupo de estudo sobre administração política da Escola de Administração da UFBA, Clara Marinho Pereira, esse artigo teórico intitulado Administração Política e Gestão do Modo de Produção. É um texto elaborado por dois graduandos, sob orientação do saudoso Prof. Reginaldo... Continuar Lendo →
A Internacionalização da Universidade Pública no Brasil
"Internacionalização" é a palavra da moda na universidade brasileira. De repente, quer-se ir para fora, rápido, à passos largos, Qual o sentido disso tudo? Esse breve texto procura tecer uma reflexão sobre os porquês e as lógicas da internacionalização que se pretende na Universidade.
O Estado em Marx
Nesse breve ensaio, o objetivo é o de refletir acerca da concepção marxiana de Estado. Partimos da crítica comumente realizada de que em Marx a instância política seria determinada pela estrutura econômica e, portanto, ensejaria uma noção simplista e superficial de Estado. Na minha opinião, a premissa de que o processo político numa sociedade capitalista seria reflexo das contradições no âmbito das relações sociais de produção não significa, por si só, uma concepção simplista do sistema político.