Pode-se afirmar que a URSS cumpriu um papel motivador muito importante para o surgimento do Estado de bem-estar social. Haja vista o sucesso e a estabilidade econômica da URSS, era preciso provar, inclusive para a população, que o capitalismo poderia, de fato, entregar sua utopia de uma sociedade mais livre e próspera. Mesmo que, para tanto, fosse necessário negar alguns dos pilares que sustentam o próprio capitalismo, quais sejam, a liberdade de empresa e a regulação via mercado.
1º de maio: sobre o administrador e o trabalho*
Hoje é dia do trabalhador, e nós administradores profissionais não podemos comemorar, pois este dia lembra datas nas quais as massas sociais quiseram contestar o modo de vida que celebramos. Somos uma verdadeira “classe média”, nem quente nem fria, pronta para ser vomitada.
Facebook, JN, Revista Veja e uma Banda pretensamente mais Bonita*
A realidade da banda é esta que existe entre o Facebook, o JN e a Revista Veja, esse lugar-nenhum construído apenas pela possibilidade de isolar condomínios de luxo com muros altos e densas cercas vivas, os quais impendem que os “de fora” sequer vejam o que é a verdadeira civilização. O problema é que as cercas que previnem a cobiça dos outsiders também distorce a percepção dos de dentro. Enfim, boa banda. Péssimo mundo.
Da Ingerência ao Golpe, notas de 2016
Em meio à discussão sobre a possibilidade (nefasta) da volta dos golpistas, convém analisar alguns dos porquês que levaram à derrubada da primeira presidenta mulher do Brasil em 2016. Em minha opinião, existem três fatores macrogerenciais que, se não explicam aquele golpe, ilustram aspectos práticos de sua ocorrência: taxa de juros, disputa pelo pré-sal e as jornadas de 2013. Em suma, a ganância levou ao golpe...
Industria Cultural*
Se a cultura serviu, outrora, para nos distinguir dos outros animais, temo que estejamos conseguindo, rapidamente, nos tornar cada vez mais selvagens, mais desprovidos de cultura. A arte fora algo que celebrava o melhor da humanidade, hoje, em tempos de “créu”, de Rambo e de Big Brother, ela tem celebrado o que há de pior em nós: a capacidade de autodestruição em nome de ganhar mais, consumir mais.
Dopping e a ingerência do esporte*
Acredito que talvez seja um problema, enfim, gestorial. Estamos deixando de lado a obrigação social de administrar um aspecto de nossa sociabilidade que, de certo modo, está se perdendo num lógica que não coaduna com nossos principais interesses, com os interesses da sociedade. Enquanto grupo, estamos deixando nossos heróis se perderem celebrando o que há de pior e mais errado neles, que é o individualismo pragmático.
Entretenimento e ideologia*
A TV, os filmes de consumo de massa, as revistas em quadrinhos, os mangás, os livros best-sellers, toda esta cultura que se vende como simples entretenimento, na verdade esconde concepções de mundo que, pouco a pouco, vão sendo apresentadas a nós. Concepções estas que pertencem a seus autores, e defendem seus interesses.
A “Ditadura do Proletariado” Precisa Voltar para a Agenda*
O fantasma da “ditadura do proletariado” é sempre usado como bala de prata contra a esquerda, prova das relações diabólicas de todo socialista. Graças à essa pecha infame até mesmo a própria esquerda evita o termo como que proibido, verdadeiro sacrilégio em tempos de hegemonia da democracia representativa de direito. A minha sugestão é que façamos a revolução (não, a revolução não precisa ser violenta; e, sim, pode ser feminista, negra, altermundista, desde a periferia, LGBTQIA+, é essa revolução mesmo que queremos).
Resenha: “Na Hora da Crítica”
O principal objetivo que Valérie Fournier e Chris Grey[2] perseguem no texto aqui resenhado é o de fazer uma reflexão acerca do que se convencionou chamar de Estudos Críticos da Gestão, ECG: trabalhos propostos para abordar a organização e os estudos organizacionais a partir de uma perspectiva crítica.
As Diferenças entre as Escolas Descritivas e Prescritivas da Estratégia [*]
Nesse texto com fins didáticos, comparo as escolas prescritivas e descritivas da estratégia, tomando por base o trabalho de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel. Concluo que, embora os pesquisadores associados às escolas descritivas da estratégia apresentem um maior grau de refinamento intelectual, quando comparados àqueles relacionados às escolas prescritivas, não deixam de fazer parte da parcela positivista dos estudos organizacionais.