Não se trata, portanto, de dizer meramente que as diretrizes estratégicas são declarações falsas, simples mentiras deslavadas. Missão, visão e valores, mesmo que sabidamente enganosas, exageradas e, é preciso reconhecer, cafonas, piegas, ridículas até, cumprem uma função de sustentação subjetivo-simbólica das relações capitalistas para o controle (subsunção) e aproveitamento abusivo (exploração) do trabalho. Ao mascarar luta de classes, firmar o consenso burguês em torno do direito de explorar e se apropriar do trabalho alheio, bem como funcionar como antidoto contra alienação, essas diretrizes contribuem para a continuidade da empresa como instituição dominante das sociedades, da burguesia como classe hegemônica, do capital como estrutura onipresente de dominação e opressão em escala global.
As Diferenças entre as Escolas Descritivas e Prescritivas da Estratégia [*]
Nesse texto com fins didáticos, comparo as escolas prescritivas e descritivas da estratégia, tomando por base o trabalho de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel. Concluo que, embora os pesquisadores associados às escolas descritivas da estratégia apresentem um maior grau de refinamento intelectual, quando comparados àqueles relacionados às escolas prescritivas, não deixam de fazer parte da parcela positivista dos estudos organizacionais.
As Escolas Prescritivas da Estratégia, uma Crítica
Foco na performática utilitarista, universalismo simplista, autossuficiência pueril, assim como a arrogância metodológica subjacente, são características marcantes das escolas prescritivas de estratégia. Não é por acaso que o mundo da empresa se firma sobre muitas das premissas e pressupostos compartilhados por essas escolas de pensamento. São, de fato, a imagem e a semelhança da presença global norte-americana no século XX.
Brumadinho, Mariana e a Vale
No dia 25 de janeiro de 2021 completaram-se 2 anos desde que uma barragem de dejetos de mineração se rompeu nas imediações da cidade de Brumadinho, MG, causando um desastre ecológico e social. Poucos anos antes, em novembro de 2015, um acidente semelhante destruiu o Rio Doce, também em Minas Gerais. Em ambos os casos... Continuar Lendo →
Guerra, Estratégia & Política (II)
LÉNINE, V. War and revolution. In: LÉNINE, V. Lenin collected works. v. XXIV. 1964. p. 398-421.
CLAUSEWITZ, C. von. On war. Tradução Michael Howard, Peter Paret. Princeton, Nova Jersey: Princeton University Press, 1984.
A essência da estratégia
Durante a formação em administração, assim como no senso comum do dia-a-dia da gestão,[1] ouvimos falar de estratégia como algo com fins puramente individuais. Parece-nos que esta prática é simplesmente a maneira através da qual uma pessoa enfrenta os muitos desafios da existência. Ou então, a palavra "estratégico" se torna um sinônimo para "importante". Assim,... Continuar Lendo →