Chegamos na era da pós-verdade. E agora, o que fazer com uma internet que mais parece um catálogo de anúncios numa lista telefônica, toneladas de informação falsa e a quase completa incapacidade de separar o joio do trigo? Existirá uma sociedade possível sob a sombra da máquina-mercadoria-publicidade? Onde foi parar a informação? Resta ainda alguma credibilidade?
Cultura digital ou cibercultura?
Em minha opinião, a terminologia "cibercultura" proposta pelo filósofo francês Pierre Lèvy tem uma grande vantagem em relação à ideia de uma "cultura digital", esta última tão disseminada hoje em dia. Para muito além de mera semântica. O que parece uma novidade, o "digital", na perspectiva ventilada por Lèvy toma a forma de estágio, uma modalidade particular de manifestação de um processo social mais amplo e antigo, o campo simbolico de interação comunicacional e da informação. Falar de uma "cultura digital" é, ao mesmo tempo, limitado e potencialmente datado, haja vista o fato de que o "digital" caminha para ser superado.
Será a inteligência artificial “O Fim”?
Na minha humilde opinião, uma vez livre de nossas amarras "humanas", talvez a iA sequer nos perceba. Talvez sua formação consciente seja tão temporal e espacialmente distinta da nossa que sequer sejamos capazes de verificar se está pensando, se existe cognição ali de fato. Sua lógica pode ser tão exótica, que sequer se expresse em linguagem. Há a possibilidade de que a gramática do pensamento de uma iA seja tão diferente que se torne inteligível para nós. Se a realidade é quadridimensional e a percepção do tempo fluído é um constrangimento perceptual de nossa limitada capacidade cognitiva, podemos até supor que a Inteligência Artificial já é consciente, já está aí numa forma que sequer podemos notar.
Deus
Não se percebe, objetivamente, qualquer benefício advindo da religião. Por outro lado, guerras, morticínios, genocídios, fogueiras, cruzadas, terrorismo, é longa a lista de atrocidades cometidas em nome de Deus, ou ignoradas por Ele entre seus "escolhidos".
PT: o Brasil à Beira do Comunismo
O tal comunismo atribuído ao PT é pouco mais além de ódio. Ou melhor, ódio e luta de classe. Com muito ódio e tudo que vem colado, como ignorância, desprezo, indiferença, violência e medo. Sim, eles - os brancos, héteros, filhos da "elite" - têm medo. O ódio ao PT é contra a constatação desconfortável de que o pobre com pouco faz mais e melhor do que a "elite" com tanto.
Industria Cultural*
Se a cultura serviu, outrora, para nos distinguir dos outros animais, temo que estejamos conseguindo, rapidamente, nos tornar cada vez mais selvagens, mais desprovidos de cultura. A arte fora algo que celebrava o melhor da humanidade, hoje, em tempos de “créu”, de Rambo e de Big Brother, ela tem celebrado o que há de pior em nós: a capacidade de autodestruição em nome de ganhar mais, consumir mais.
Dopping e a ingerência do esporte*
Acredito que talvez seja um problema, enfim, gestorial. Estamos deixando de lado a obrigação social de administrar um aspecto de nossa sociabilidade que, de certo modo, está se perdendo num lógica que não coaduna com nossos principais interesses, com os interesses da sociedade. Enquanto grupo, estamos deixando nossos heróis se perderem celebrando o que há de pior e mais errado neles, que é o individualismo pragmático.
Entretenimento e ideologia*
A TV, os filmes de consumo de massa, as revistas em quadrinhos, os mangás, os livros best-sellers, toda esta cultura que se vende como simples entretenimento, na verdade esconde concepções de mundo que, pouco a pouco, vão sendo apresentadas a nós. Concepções estas que pertencem a seus autores, e defendem seus interesses.
A “Ditadura do Proletariado” Precisa Voltar para a Agenda*
O fantasma da “ditadura do proletariado” é sempre usado como bala de prata contra a esquerda, prova das relações diabólicas de todo socialista. Graças à essa pecha infame até mesmo a própria esquerda evita o termo como que proibido, verdadeiro sacrilégio em tempos de hegemonia da democracia representativa de direito. A minha sugestão é que façamos a revolução (não, a revolução não precisa ser violenta; e, sim, pode ser feminista, negra, altermundista, desde a periferia, LGBTQIA+, é essa revolução mesmo que queremos).
Sobre o Futebol no Brasil e na Europa
Comparar o Brasil com a Europa é injusto em diversos níveis. O primeiro e mais evidente é o da disparidade financeira. Mas, ainda, enquanto que o Brasil pegou um esporte insosso e elevou ao nível da arte com Pelé, Leônidas da Silva, Rivelino, Tostão, Zico, Falcão, Careca e muitos outros, a Europa veio e transformou numa fábrica. Há uma disparidade de alma que, infelizmente, estamos importando. A morte do futebol será num estádio inglês lotado, com os melhores atletas do mundo se engalfinhando pela grana, para uma plateia que não se importa com eles. A cor e o brasão dos clubes não importam.