Necropolítica, Superexploração e Neomalthusianismo

A lógica por trás das reformas neoliberais é a redução populacional por recurso indireto e covarde que, além de tudo, tenta transferir responsabilidade para a própria classe trabalhadora. A única escolha possível do trabalhador "livre" é se deixar explorar ao extremo, no limite de suas forças, por uma remuneração menor do que o suficiente. Assim, o Capital gerencia o genocídio silencioso do abandono, não numa câmara de gás, mas numa estufa de rancor e ódio. Em outras palavras, superexploração, neomalthusianismo e necropolítica.

A “Ciência” Econômica que Estressa o Mundo

Esse post foi elaborado como contraponto ao artigo de opinião publicado pelo pesquisador da FGV, Samuel Pessôa, na Folha de São Paulo desse domingo (28/9/2024): "Lula Estressa a Economia". Ali, defende-se, entre outras posições questionáveis, que a valorização do salário mínimo estressaria a economia por ser uma medida inflacionária.

O Estado em Marx

Nesse breve ensaio, o objetivo é o de refletir acerca da concepção marxiana de Estado. Partimos da crítica comumente realizada de que em Marx a instância política seria determinada pela estrutura econômica e, portanto, ensejaria uma noção simplista e superficial de Estado. Na minha opinião, a premissa de que o processo político numa sociedade capitalista seria reflexo das contradições no âmbito das relações sociais de produção não significa, por si só, uma concepção simplista do sistema político.

Concertação Social e Welfare[1]

O que caracteriza de fato o Estado de Bem-Estar não é o bem-estar em si, mas a existência de aparatos de concertação social para diálogo e tomada de decisão coletiva visando o alcance de objetivos e interesses, por assim dizer, nacionais. Isso não significa que todos os interesses estão representados ali de forma equilibrada e equânime, mas que, ao menos, os diferentes atores são colocados num espaço de conversação para tentar negociar suas discordâncias.

O Estado de Bem-Estar e a URSS[1]

Pode-se afirmar que a URSS cumpriu um papel motivador muito importante para o surgimento do Estado de bem-estar social. Haja vista o sucesso e a estabilidade econômica da URSS, era preciso provar, inclusive para a população, que o capitalismo poderia, de fato, entregar sua utopia de uma sociedade mais livre e próspera. Mesmo que, para tanto, fosse necessário negar alguns dos pilares que sustentam o próprio capitalismo, quais sejam, a liberdade de empresa e a regulação via mercado.

As contradições do Bolsa-Família*

O bolsa família é de uma importância inconteste, já que por meio do programa milhões de pessoas tiveram a oportunidade de acessar à cuidados mínimos, como alimentação e saúde. Isso em si é o suficiente para justificar o investimento, independentemente de seu uso político.

Da Ingerência ao Golpe, notas de 2016

Em meio à discussão sobre a possibilidade (nefasta) da volta dos golpistas, convém analisar alguns dos porquês que levaram à derrubada da primeira presidenta mulher do Brasil em 2016. Em minha opinião, existem três fatores macrogerenciais que, se não explicam aquele golpe, ilustram aspectos práticos de sua ocorrência: taxa de juros, disputa pelo pré-sal e as jornadas de 2013. Em suma, a ganância levou ao golpe...

Para uma reflexão sobre a governança corporativa*

Dentre os inúmeros modismos na gestão de empresas, a terminologia governança corporativa emerge, sem dúvida, com mais propriedade e estrutura. Fundamentado num fenômeno real, remetendo às questões sobre controle de propriedade das firmas, a qual a teoria gerencialista de Edith Penrose e John Kenneth Galbraith aproveitou para declarar o surgimento de uma nova ordem gerencial tecnocrática, a governança corporativa representa a reação dos proprietários das firmas diante do crescimento do poder das administrações profissionais.

Os estertores do mundo como o conhecíamos*

Muito tem sido dito nos últimos meses sobre a crise financeira que abala as finanças mundiais. Houve aqueles que escreveram epitáfios definitivos para o capitalismo, assim como os que apontaram o “Tio Sam” como o grande salvador de nossas (?) almas. Mas a verdade é que do meio do choro e ranger de dentes emerge um mundo exatamente como o de antes: pobreza em crescimento, riqueza em concentração e o Estado pronto para assegurar que tudo se mantenha neste ritmo.

A riqueza e seus segredos*

Recentemente tive a oportunidade de assistir um interlocutor que versava sobre finanças individuais e, dentre seus muitos insights, o palestrante afirmou que um de seus “segredos para o sucesso” é conhecer e copiar o comportamento de pessoas bem sucedidas. Seria reproduzindo a forma de agir de empreendedores badalados que se poderia encontrar maneiras de orientar nossas próprias ações. Como exemplo, ele afirmou que se espelhava muito no então homem mais rico do Brasil, Eike Batista. Não poderia ser um case melhor.

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