Fluxos de Valor no Modo de Produção Capitalista

Fonte: adaptado de Cristaldo (2011, p. 42) — a partir do trabalho de Karl Marx.


Nesse infográfico, representa-se de maneira simplificada o fluxo de valor entre classes sociais no modo de produção capitalista (MdPC).

De modo geral, o MdPC se fundamenta na divisão entre capitalistas, proprietários dos meios de produção, e trabalhadores que, desprovidos de outros meios de subsistência, vendem sua força de trabalho no mercado. Capitalistas, portanto, exploram — usam para um fim, a produção de mais-valor — a força de trabalho.

Essa relação entre capitalistas em trabalhadores não é direta. Trata-se de uma relação mediada pelas instituições empresa (espaço de produção e formação de mais-valor) e mercado (espaço de realização da mercadoria e do mais-valor).

As setas no modelo foram desenhadas em espessuras diferentes, para representar o fato de que os fluxos de valor não são proporcionais, mas desbalanceados. Ou seja, mostra que a contribuição para o processo de produção das diferentes classes não correspondem aos seus rendimentos.

Por isso mesmo, gozam de diferentes capacidades de usufruto do produto social, quantitativa e qualitativamente.

Da mesma forma, as setas que representam a relação entre empresas o mercado são de espessura diferente, para demarcar o fato de que nem todas as mercadorias produzidas no MdPC de fato encontram compradores. Pode-se dizer, portanto, que é um troca pautada pelo desperdício e pelo desequilíbrio.

As setas azuis representam os fluxos de valores de uso. As classes sociais buscam mercadorias para sua cesta de consumo no mercado, enquanto levam até a empresa os fatores de produção de sua propriedade, os quais representam valores de uso no processo produtivo.

As setas pretas representam os fluxos de valor de troca, ou mais especificamente, de mercadoria-dinheiro, utilizado para remunerar o trabalho e transferir valor para os capitalistas, que por sua vez adquirem bens nos mercados.

Esse modelo foi idealizado como uma forma de substituir, de maneira mais realista, o modelo de fluxo circular de renda, muito comum em exposições a partir da ciência econômica vulgar.

Referências

CRISTALDO, Rômulo Carvalho. A indústria brasileira de construção civil entre 1964 e 1979: a constituição das bases para o processo de internacionalização. 110 f. il. 2011. Dissertação (Mestrado) – Núcleo de Pós-Graduação em Administração. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/7626>. Acesso em: 14 jan. 2021.


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